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Génesis e coisas celestiais

Prayer News (UK), abril–Junho 2013, págs. 1–2

por
traduzido por Luis Jervell

Falando com Nicodemos, Jesus disse: “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:11–12 NIV).

As palavras traduzidas “Na verdade, na verdade te digo” ocorrem vinte e cinco vezes no Evangelho de S. João e significam literalmente “Ámen, ámen”. Outras versões da Bíblia traduzem-nas, “Verily,verily” (KJV) ou “Truly, truly” (NAS). Podem ser traduzidas livremente, “Most solemnly do I say to you” (solenemente vos digo).1 Jesus não tinha dúvidas de que possuía a verdade; efetivamente, Ele diz que é a verdade (João 14:6). Tinha-Lhe sido dado o Espírito sem medida (João 3:34) e falava as palavras de Deus. Olhar para Jesus era olhar para o Pai (Hebreus 1:3) e ouvir as palavras de Jesus era ouvir as palavras do Pai. Jesus, Ele próprio, testemunhou: “Quem me vê a mim vê o Pai … As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (João 14:9–10).

Jesus — um homem falível?

Apesar disso, há cristãos evangelistas professos que alegam que, sobre certos assuntos, Jesus estava errado. Por exemplo, quando Ele falou de Adão e Eva estarem presentes “desde o princípio da criação” (Marcos 10:6), dizem que Ele estava errado, com base no facto de aceitarem que a ciência mostrou que a terra já existia há biliões de anos antes do aparecimento de vida humana. Igualmente, alegam que Jesus estava errado quando falou do Dilúvio de Noé, porque os geólogos seculares dizem que nunca houve um dilúvio global. Afirmam que os fósseis existentes nas rochas não são o rescaldo do Dilúvio do Génesis, mas um registo de milhões de anos de evolução. Entre os que expressam tais opiniões destaca-se a Fundação BioLogos2 que alega ser um grupo de cristãos evangélicos que celebram “a compatibilidade da criação evolucionária e da fé bíblica”.3

Essas pessoas alegam muitas vezes que Jesus era um homem do Seu tempo e, não tendo conhecimento da ciência moderna, aceitava simplesmente as opiniões dominantes dos Seus pares. Mas onde é que isso nos leva? Ironicamente, a resposta é dada no próprio BioLogos Forum:

“Se Jesus como ser humano finito errou de vez em quando, não existe nenhuma razão para supor que Moisés, Paulo, João [sic] tenham escrito a Escritura sem erros. Em vez disso, somos sensatos ao assumir que os autores bíblicos se exprimiram como seres humanos a escrever das perspetivas dos seus próprios horizontes partidos e finitos.”4

Portanto, as palavras de Jesus, dos Seus profetas e apóstolos, dizem eles, por vezes estão erradas e não se pode confiar nelas. Mas é de facto concebível que Aquele que era a Palavra de Deus pudesse ter ensinado falsidades?

Crescer no conhecimento celestial

No Seu discurso com Nicodemos, Jesus queria seriamente partilhar as coisas de Deus — aquilo a que Ele se referiu como as “coisas celestiais”. Mas Ele não podia, porque Nicodemos ainda não tinha ultrapassado as coisas terrestres. Só quando os corações estiverem preparados é que as pessoas serão capazes de aceitar as verdades celestiais e crescer para adorar Deus “em espírito e em verdade” (João 4:24). Se as pessoas não forem ensinadas a confiar em Cristo nas coisas terrestres, como a criação e a história da humanidade, como é que vão aprender a confiar Nele nas coisas maiores? Se não forem ensinadas a discernir a verdade nas coisas terrestres, como é que vão aprender a discernir a verdade nos assuntos espirituais?

Criação não confusão

O ensino bíblico comprometido traz confusão à igreja, porque nega a mensagem da Bíblia aos perdidos. No Salmo 14:1 lemos que “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus”. Porquê? O apóstolo Paulo dá-nos a resposta: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas” (Romanos 1:20). Mas se os processos naturais (evolução) podem “criar” o mundo natural, então não há necessidade de um Deus Criador, e a Criação não fornece provas da existência de um Deus. Talvez o aspeto mais triste de tudo isto seja que as provas da Criação e do relato bíblico da história da Terra sejam em qualquer caso muitíssimo mais fortes do que as provas da evolução — como esclarecem numerosos artigos em CREATION.com.

Com o vosso apoio, ajudamos as pessoas a construir uma visão do mundo bíblica sólida e defensável. Mostramos de que forma a doutrina cristã é construída sobre a base dos acontecimentos históricos registados no Génesis, e de que forma estes são corroborados, e não enfraquecidos, pelos factos da ciência. Confiantes nisso, os cristãos podem então crescer numa fé confirmada, amadurecendo para além das coisas terrestres, e começar a aprender as tais coisas celestiais, que Cristo tanto anseia que a igreja compreenda.

Juntem-se a nós a rezar para que a nossa campanha de 2013, Expondo os erros fatais da evolução, faça muitas pessoas compreender a falência da evolução e abraçar a verdade tal como se encontra em Cristo e na Sua Palavra.

Referências e notas

  1. Henriksen, W., John, Banner of Truth, Edinburgh, 1987, vol., p. 111. Voltar ao texto.
  2. Ver creation.com.com/biologos Voltar ao texto.
  3. biologos.org/about Voltar ao texto.
  4. Sparks, K., After Inerrancy: Evangelicals and the Bible in the Postmodern Age; biologos.org. Voltar ao texto.