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SETI: sempre procurando…

Financiamentos de faz-de-conta

por Gary Bates
traduzido por Daniel Ruy Pereira (Considere a Possibilidade)

Notícias recentes (N.T., 2004) voltaram a colocar a ideia de vida extraterrestre à frente da consciência púiblica.

Os pesquisadores do SETI (da sigla em inglês para Pesquisa por Inteligência Estraterrestre) têm, há muitos anos, escaneado os céus com radiotelescópios, no esforço de detectar sinais de rádio provenientes do espaço. Eles esperam descobrir uma mensagem que possam determinar se vem de alguma fonte inteligente.

Há alguns anos atrás, não muito depois da era de ouro da ‘corrida espacial’, o SETI tornou-se o ‘funcionário do mês’, e recebeu financiamento substancial do governo norte-americano, para a pesquisa no céus. Quando se tornou evidente que os extreterrestres não estavam telefonando para (nossa) casa, e o projeto não produzia resultados, o Congresso cortou os fundos de forma dramática. O Dr. Frank Drake, ex-presidente do SETI, reconhecido por muitos como seu fundador, disse, curto e grosso, que em grande parte da última década

‘O SETI era uma palavra de quatro letras na NASA … Não era citada em discursos, nem em documentos.’1

Porém, recentemente o SETI recebeu um upgrade no financiamento, de uma fonte inesperada: seus antigos críticos, a NASA.

Quando questionada a respeito dessa tão radical mudança política, a NASA disse que nada mudou em sua abordagem da exploração espacial. Mas a verdade é que mudou sim.

A NASA costumava se engajar em projetos que enchiam a imaginação do público (e motivavam extravagâncias), como as missões lunares Apollo. Mas o interesse diminuiu, juntamente com o disastre com o ônibus espacial Challenger, e nunca mais chegou a ser como o fora nos dias da liderança da corrida espacial. Subsequentemente, lutou por relevância e propósito, e até mesmo por sua cara existência. Porém, recentemente a NASA lancou o programa ‘Origens’, cujo objetivo era ‘explorar o Universo e procurar por vida’.2 Seu website proclama que seus objetivos são determinar ‘de onde viemos?’ e se ‘estamos sozinhos?’.2 Em um discurso famoso, o administrador da NASA na época, Dan Goldin, listou um dos objetivos de sua exploração espacial:

‘O quarto objetivo é procurar por planetas semelhantes à Terra, que possam ser habitáveis ou habitados … ’.3

É fácil perceber a mudança de foco da NASA. Em 1996, ela chegou a anunciar que havia descoberto traços de vida marciana em um fragmento de rocha, descoberto no gelo da Antártida vários anos antes (atualmente, isso caiu em descrédito para muitos cientistas).4

Neste ano (N.T., 2004), lançaram dois veículos de exploração marciana, chamados Spirit e Opportunity, que tentarão encontrar água, e, espera-se, provar que vida um dia existiu no planeta vermelho.5

A NASA aprendeu mujito bem como fazer o marketing de si mesma. Há uma fascinação pública crescente com a ideia de ‘vida no espaço’. Isso é alimentado pelo mais popular gênero de entretenimento da atualidade, a ficção científica, que quase invariavelmente parece conter temas alienígenas! Lamar Smith, membro da Câmara dos Deputados norte-americana também cria que o SETI era mais pouplar do que merecia:

‘Os financiamentos devem corresponder ao interesse público … mas creio que isso não corresponde.’1

Nos anos de vacas magras, o SETI resistiu, contou com o patrocínio privado para continuar em frente. Doadores importantes incluiam David Packard, William Hewlett e Dr. Barney Oliver da Hewlett-Packard; Gordon Moore, co-fundador da Intel; Paul G. Allen, co-fundador da Microsoft; Arthur C. Clarke, escritor de ficção científica; e Steven Spielberg, o famoso magnata do cinema de Hollywood. Além deles, milhões de indivíduos ao redor do mundo têm encorajado a ‘exploração espacial’ no projeto SETI@Home. Consiste em, entre outras coisas, alistar usuários domésticos de computadores e seus PCs, em um grande projeto que analisa dados reunidos pelo radiotelescópio de Arecibo.

Os importantes patrocinadores do SETI e a cultura popular ajudaram a elevar sua imagem. Percebendo a imensa popularidade da ideia de descobrir vida no espaço, parece que a NASA queria uma fatia do bolo.

A adaptação cinematográfica do romance A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, foi um grande sucesso—como o programa de rádio que o antecedeu, narrado por Orson Wells, em 1938, que causou pânico em massa nos EUA. A ficção científica da cultura popular, ela própria inspirada na evolução, ajudou no avanço da ideia evolucionista de vida em outros planetas. Hoje, as crenças evolucionistas impulsionam o programa SETI, bem como esforços multi-bilionários para localizar vida em Marte e em outros lugares do espaço.

ET, cadê você?

Em 1960, Frank Drake iniciou o Projeto OZMA (nome da Princesa Ozma, do Mágico de Oz), que foi a primeira busca organizada por sinais de radio de inteligência extraterrestre. Ele também desenvolveu um sistema de mensagem baseado em código binário, com a ideia que uma figura poderia ser obtida através da decodificação apropriada dos códigos.

Drake elaborou a primeira mensagem interestelar a ser transmitida por meio de ondas de rádio de nosso planeta, para a satisfação de qualquer que seja a civilização extraterrestre. Essa mensagem é conhecida como a Mensagem de Arecibo de Novembro de 1974. Suas ‘mensagens’ também foram incorporadas nas placas das missões Pioneer 10 e 11, e em uma gravação que foi colocada a bordo da nave Voyager,6 no caso de alienígenas chegarem a interceptar uma dessas naves.

Em 1995, como resultado de financiamento privado, foi lançado o Projeto Phoenix. O site do SETI dizia:

‘O nome deriva da ave mitológica egípcia que ressurge das cinzas de sua própria morte—no caso do SETI, das cinzas dos cortes de verbas pelo congresso.’7

O Fênix é uma pesquisa orientada, ao invés de ser uma varredura geral do céu. A rede de radiotelescópios do SETI pode escanear 28 milhões de frequências de radio a cada segundo, e estima-se que seja 100 trilhões de vezes mais eficaz que o Projeto OZMA. Somando-a aos esforços do SETI, houve outros 60 projetos, em um período de 40 anos. Com todo esse esforço espantoso, o que descobrimos? A resposta é nada—nem uma única mensagem extraterrestre.

O que impulsiona o SETI?

Alguém pode acabar perguntando: ‘Como pode ser possível que tantas pessoas estejam dispostas a gastar tanto por tão pouco?’ A resposta é—‘a fé na evolução!’

Um boletim do SETI dizia que, uma vez que a evolução aconteceu aqui na Terra, porque ela não deveria acontecer em todos os outros lugares do cosmo? Eles dizem que ‘deve haver atualmente cerca de 10 milhões de civilizações avançadas somente em nossa galáxia’. Porque a evolução (cósmica, química e biológica) é assumida como verdadeira, muitos crêem que esse enorme universo deveria ser literalmente repleto de vida. Mas, após mais de 40 anos ouvindo (e a 28 milhões de frequências por segundo, devo dizer) parece que não há ‘ETs’ lá fora.

A despeito da demonstrável falta de evidência, o governo norte-americano está, mais uma vez, disposto a gastar milhões de dólares do dinheiro público a fim de promover o SETI.

O SETI reconheceria uma mensagem inteligente se a visse?

Alguém pode pensar que, para afirmar que um sinal qualquer do espaço seja proveniente de uma fonte inteligente, ela precisaria conter informação codificada. (Qualquer sistema de linguagem é informação codificada.) Isso seria um sinal de inteligência porque sempre se precisa de (muita) informação para produzir informação e, em última análise, a informação é resultado de inteligência. Há muitos anos atrás, o primeiro sinal de rádio foi recebido do espaço. Foi chamado LGM-1. Era um blip repetido regularmente, que deixou os astrônomos evolucionistas bastante empolgados. A co-descobridora Jocelyn Bell-Burnell disse:

‘Uma das ideias que nós alegremente tínhamos era que devia haver homenzinhos verdes [ênfase nossa]—uma civilizaçao externa em algum lugar do espaço tentando se comunicar conosco.’8

Na verdade, LGM-1 refere-se a ‘Little Green Men-1’, ou, traduzindo, ‘Homezinhos Verdes-1’, o que dá alguma indicação do quer eles estavam esperando encontrar. Contudo, o sinal de rádio não era nada mais que um pulsar, um objeto celestial muito denso, provavelmente formado de uma estrela que sofreu colapso gravitacional. Conforme rotaciona rapidamente, ele emite pulsos ‘regulares’ de ondas de rádio.9

Voluntariamente ignorantes

A despeito dos muitos milhões de dólares gastos na busca por inteligência extraterrestre, já foi muitas vezes dito que o universo dá a impressão de ter sido projetado especificamente para a vida ser encontrada em um único lugar—a Terra.

Quando esses mesmos cientistas trocam seus telescópios por microscópios, e olham para a molécula de DNA contida em cada criatura viva, eles vêem informação altamente codificada como parte do sistema de linguagem mais complexo do universo. Essa é a mesma evidência de inteligência pela qual eles estão procurando nos céus! Eles afirmam que essa informação evoluiu por acaso, mas se eles recebessem mesmo uma sequência extremamente simples, mas ordenada, do espaço, diriam que é um sinal de inteligência!

É triste que uma cosmovisão evolucionista pré-concebida os impeça de verem a verdadeira glória dAquele que é a fonte última de todo o conhecimento—Deus o Criador.

‘Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro.’ (Isaías 45:18).

Referências e notas

  1. Citado em: Search for Life Out There Gains Respect, Bit by Bit, www.nytimes.com/2003/07/08/science/space/08SETI.html, 8 Julho 2003. Voltar.
  2. Origins, origins.jpl.nasa.gov/index1.html, 29 Março 2004. Voltar.
  3. Discurso de Dan Goldin na Sociedade Americana de Astronomia, home.fnal.gov/~annis/digirati/otherVoices/goldin.AAS.html, 29 Março 2004. Voltar.
  4. More Mars doubts, Creation 24(3):8, 2002; Mars bacteria disputed, Creation 24(2):7, 2002; Sarfati, J., Life on Mars? Separating fact from fiction, Creation 19(1):18–20, 1997. Voltar.
  5. Rigg, A., Mission to Mars The search for meaning, Creation 26(1):10–15, 2003. Voltar.
  6. SETI Institute/Drake, Frank, The Encyclopedia of Extraterrestrial Encounters, Robinson, London, pp. 192–193, 2001. Voltar.
  7. Frequently Asked Questions, www.seti.org/about_us/faq.html# anchor323159, 22 Fevereiro 2003. Votar.
  8. Ham, K., Calling little green men, Acts & Facts 21(11):a, ICR, California, USA, 1992. Voltar.
  9. Em contraste com o complexo código do DNA, do qual falamos neste artigo, um sinal repetitivo, na verdade, tem um nível muito pequeno de informação. Voltar.

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