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Como Adão pôde ter dado nomes a todos os animais em um único dia?

por Andrew Kulikovsky
Tradução de Jadson Oliveira (considereapossibilidade.wordpress.com)

Como Adão pôde ter dado nomes a milhões de espécies diferentes no Sexto Dia se este foi de apenas 24 horas? Esta é uma objeção comum a uma visão mais objetiva de Gênesis 1.

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Um ponto importante é que nós não podemos ser dogmáticos com relação ao número real de espécies na Terra. Robert May, zoólogo da Universidade de Oxford, escreve:

‘Ao nível puramente factual, nós não sabemos até certo grau de magnitude com quantas espécies de plantas e animais nós compartilhamos o globo: menos do que 2 milhões estão atualmente classificadas, e estima-se o número total variando de menos de 5 milhões a mais de 50 milhões.’(ênfase minha)1

Existem vários fatores, os quais podem não ser imediatamente óbvios a um leitor casual, que precisam ser considerados. Primeiro, Adão não tinha que sair para procurar ou rastrear qualquer destes animais. Gênesis 2:19 diz claramente que Deus trouxe os animais a Adão. Em segundo lugar, apesar de muitos dos céticos do Gênesis argumentar que as espécies que Adão precisou observar e dar nomes seriam em número de milhões, é quase certo que o número real teria sido apenas uma fração disso.

Observe que as Escrituras explicitamente afirmam que Adão deu nomes a todos os‘rebanhos’ (Heb. behemah), às ‘aves do céu’ (Heb. oph hassamayim) e à todas as ‘feras do campo’ (Heb. chayyah hassadeh). Não existe indicação de que Adão tenha dado nomes aos peixes do mar, ou a quaisquer outros organismos marinhos, nem a quaisquer insetos, quilópodes ou aracnídeos. Na verdade, dos dois milhões de espécies conhecidas, 98 % são invertebrados, o que inclui uma variedade de animais que vão de esponjas, vermes e água-vivas, a moluscos e insetos. Os 2 % restantes são vertebrados, chegando ao número aproximado de 40.000 espécies.2 Este número fica ainda menor quando os 25.000 vertebrados marinhos3 e quatro mil anfíbios4 são descontados, já que eles claramente não se encaixam em nenhuma das categorias de animais listados em Gênesis 2:20.

Além disso, assumindo que a especiação tem sido um fenômeno em curso desde a Criação, as onze mil espécies de vertebrados em questão teriam muito provavelmente descendido de um número muito menor de protoespécies. Cada uma teria sido ancestral de grupos de animais que taxonomistas chamam de gênero5 (ou possivelmente um nível taxonômico mais alto como família6) e o que o relato do Gênesis chama de ‘tipo’.7 Já que muitos gêneros contêm dúzias, ou mesmo centenas, de espécies, é muito provável que Adão teve que dar nome apenas a uns poucos milhares destas protoespécies –– uma tarefa que pode ter sido facilmente realizada em poucas horas. [Se assumirmos que Adão teve que dar nomes a 2.500 protoespécies (gêneros), nomeando uma a cada 5 segundos, ele teria levado aproximadamente três horas e quarenta e cinco minutos para completar a tarefa, se incluirmos uma pausa de cinco minutos a cada hora.]

É importante observar que o propósito de Deus em fazer todos os animais desfilarem diante de Adão não foi meramente para que ele desse nomes. Foi também para reforçar o fato de que ele era um tipo diferente do resto da criação, de sorte que nenhum destes animais jamais pudesse servir como par físico, emocional, intelectual ou espiritual. Então Deus fez da costela de Adão uma parceira que fosse adequada (Gênesis 2:21–24).

Referências

  1. May, R.M., How many species are there on Earth? Science 241:1441, 1988. Voltar ao texto.
  2. David Burnie, ‘Animal’, Microsoft® Encarta® Online Encyclopedia 2002, encarta.msn.com. Voltar ao texto.
  3. James W. Orr, ‘Fish’, Microsoft® Encarta® Online Encyclopedia 2002, encarta.msn.com. Voltar ao texto.
  4. David Burnie, ‘Vertebrate’, Microsoft® Encarta® Online Encyclopedia 2002, encarta.msn.com. Voltar ao texto.
  5. Woodmorappe, J, Noah’s Ark: A Feasibility Study, ICR, El Cajon, CA, USA, 1996. Aqui lista-se todas as criaturas na Arca, assumindo-se que o tipo correspondia ao gênero de hoje. Mas isso é ser o mais generoso possível com os céticos, e mesmo assim haveria apenas 16.000 animais na Arca como passageiros obrigatórios. Voltar ao texto.
  6. Batten, D., Ligers and Wholphins? What next? Creation 22(3):28–33, 2000. Isso aponta vários exemplos de híbridos férteis entre membros de diferentes gêneros dentro de uma família. O que significa que eles realmente são espécies politípicas e isto apoia a identificação do “tipo” como a “família” moderna. Voltar ao texto.
  7. Williams, P.J., What does min mean?, Journal of Creation 11(3):344–352, 1997. Voltar ao texto.