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A encosta escorregadia1

traduzido por Luís Jervell

Primeira publicação em
Prayer News (CMI UK/Europa)
Outubro de 2011

No começo do ano, um grupo de académicos de topo dos EU (Estados Unidos) estiveram presentes numa conferência organizada pela ‘B4U-ACT’.2 Esta organização, que a advogada e professora Dr.ª Judith Reisman descreve como sendo o ‘Lobby Académico para a Pedofilia,’ pretende que a Associação Americana de Psicologia reclassifique a pedofilia como apenas mais uma ‘orientação sexual.’3 Infelizmente, há uma forte suspeita que nos próximos vinte anos, mais ou menos, eles possam conseguir os seus intentos.

No âmago da teoria Darwiniana está a crença de que não passamos de mera bioquímica—que todos os nossos pensamentos, sensações e acções são o simples resultado da nossa genética e do ambiente. Segundo Anthony Cashmore, Professor de Biologia na Universidade da Pensilvânia, “não temos mais vontade própria do que um recipiente de açúcar.”4 Sendo assim, ninguém é responsável pelas suas acções, e tudo o que desejamos é genuinamente natural. Ao levarmos este raciocínio até a sua conclusão lógica, as aberrações sexuais deixam de existir, incluindo a atracção sexual por crianças. Será reivindicado que todas as ‘pessoas racionais e de mente científica,’ chegarão à conlusão de que este pressuposto era verdadeiro, e só os fanáticos e os intolerantes o negarão. Os pedófilos, que apenas se involvem em ‘relações consentidas’ com menores, tornar-se-ão o mais recente ‘grupo vítima’ e todos os que abraçarem a sua causa tornar-se-ão os novos heróis do movimento dos direitos humanos.

Muitos na igreja argumentam que o debate da criação/evolução é um assunto secundário. Não poderíam estar mais errados! A visão do mundo do ponto de vista evolucionário é totalmente oposta à visão Cristã do mundo, e o conflito entre estas duas ideologias não pode estar melhor patente do que na área da moralidade sexual. De acordo com o que pensa a B4U-ACT, “Ninguém escolhe ficar emocional e sexualmente atraído por crianças ou adolescentes. A causa é desconhecida; de facto, não se compreende o desenvolvimento da atracção por adultos.”5 Em contraste completo com isto, a Bíblia insiste que é conhecida a causa da atracção sentida entre o homem e a mulher—Deus criou uma companheira apropriada para ADão (Génesis 2:20–24).

A julgar por acontecimentos passados, é muito provável que a campanha que a B4U-ACT está a levar a cabo para reclassificar a pedofilia como sendo uma mera ‘orientação sexual’ venha a ser até apoiada por membros influentes do sector religioso.

Um exemplo a não seguir

O Dr. Roy Clements foi um conhecido comentador evangélico da Bíblia que, depois de vinte anos como pastor de uma importante Igreja Baptista em Inglaterra, começou a desafiar a visão tradicional dos cristãos com relacção ao comportamento sexual. [Editor: Se bem que não estamos a sugerir o apoio do Dr. Clements à tese pedófila da B4U-ACT, no entanto apoiou abertamente o argumento de que relacções sexuais consentidas entre indivíduos adultos do mesmo sexo pudessem ser aceites aos olhos de Deus.] Algumas das suas razões são apresentadas num artigo na net com o título, O que é um evangélico?6 Primeiramente ele argumenta que uma ‘posição intermédia’ deveria ser tomada em assuntos tais como a idade da terra e a evolução. Evangélicos racionais, argumenta,

“… nunca aderiram ao dogma míope que insiste que o mundo deve ter sido criado em sete dias, porque está escrito em Génesis. Já se deram conta de que não faz parte do discipulado cristão fechar os olhos às descobertas da ciência que indicam que a terra existe há milhões de anos. Pelo contrário, um número surpreendente dos nossos cientistas mais capazes são cristãos evangélicos, incluindo biólogos, que estão absolutamente persuadidos, no geral, da exactidão da teoria da evolução.”

Semelhantemente, argumenta, deveria ser tomada uma ‘posição intermédia’ com relacção ao comportamento homosexual,

“… porque o tema da homosexualidade, não menos do que o debate da criação e da evolução, levanta questões fundamentais de natureza científica … só um fundamentalista poderá sugerir que, apenas porque a Bíblia não tem qualquer ideia sobre a orientação de carácter homosexual, que este conceito psicológio moderno do que é ser ‘gay’ tenha que ser rejeitado. Os evangélicos [esclarecidos] ocupam uma posição intermédia quando a razão e a Escritura parecem colidir, e procuram uma interpretação que faça justiça a ambas.”

É escusado dizer que não aceitamos, nem o seu entendimento sobre o que é ser evangélico, nem mesmo apresentar-se como tal. Na verdade, é difícil não captar o que se passa por detrás do seu raciocínio. Na sua perspectiva, a ciência demonstrou que o relato da criação em Génesis está errado, e por isso é legítimo termos outra opinião. Da mesma forma, a ciência mostrou que a visão bíblica da homosexualidade está errada, então é legítimo novamente termos opinião diversa sobre o assunto. A razão e a Escritura colidem nestes assuntos, diz, e por isso é necessário procurar uma interpretação que ‘faça justiça a ambas’—o que parece querer dizer favorecer a perspectiva ‘científica’ em detrimento da bíblica. Visto que, como indicam tendências preocupantes, alguns ‘cientistas’ estarão em breve a argumentar que a atracção sexual por crianças é natural, os que tendem a ocupar a ‘posição intermédia’ irão, também, sem dúvida, procurar encontrar a interpretação que reconcilie isto com a Bíblia.

Uma maneira melhor

Na CMI argumentamos que a ciência e a Escritura não colidem, e que também não há necessidade de nos comprometermos—uma perspectiva que numerosos artigos nesta página mostram ser inteiramente razoável. Pode-se confiar completamente na Bíblia, no que ela diz sobre a história da Terra, e pode-se confiar no que diz sobre tudo o resto. Também procuramos seguir o mandamento de Cristo de amar a todas as pessoas, e a admoestação do Apóstolo Pedro de que devemos persuadir outros, tanto dentro como fora da igreja, em amor e respeito (1 Pedro 3:15). Contudo, só apegando-nos a uma Bíblia que se entende ser inerrante podemos seguir um rumo direito através de um mar de opiniões que tão facilmente minam as verdades da Palavra de Deus.

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Leitura adicional

Referências

  1. Artigo, ligeiramente modificado, que apareceu inicialmente na Creation Ministries International (UK/Europa), Prayer News, Outubro de 2011. Voltar ao texto
  2. b4uact.org/index.htm, acedido em 22 de Agosto de 2011. Voltar ao texto
  3. Kryn, J., Academic conference seeks to normalise pedophilia, LifeSiteNews, 16 de Agosto de 2011; lifesitenews.com, acedido em 22 de Agosto de 2011. Voltar ao texto
  4. Cashmore, A., The Lucretian swerve: A base biológica do comportamento humano e o sistema de justiça criminal, Proceedings of the National Academy of Sciences 107(10):4499–4504, 2010. Voltar ao texto
  5. b4uact.org/facts.htm, acedido em 22 de Agosto de 2011. Voltar ao texto
  6. www.psa91.com/royclements07.htm, acedido em 22 de Agosto de 2011. Voltar ao texto

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