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‘Esmagado pelo rolo compressor da evolução’?!

por , Cientista Sénior, CMI-Austrália
traduzido por Luís Jervell (Acordem!)

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Quando Christopher Beckingham era adolescente, ele assumiu um compromisso com Jesus Cristo1. No entanto, como ele disse, quando estudou biologia foi “achatado pelo rolo compressor da evolução”. Ele percebeu que a evolução, tal como ensinada pelos principais académicos, contradiz os relatos bíblicos da Criação e da Queda no Livro de Génesis. Ele pensou que ambos não podiam estar corretos, e pôs a sua “fé” nos “factos” da ciência.

“Foi desta forma que o tapete da fé foi puxado de debaixo dos meus pés, e foram oito anos longos até que recuperei a minha confiança no Senhor”.

No início, Christopher envolver-se-ia com o seu pai crente no debate sobre a criação/evolução, mas começou a ficar desinteressado à medida que endurecia o seu coração para com Deus.

“Endureci o meu coração e rejeitei Deus, entregando-me à iniquidade, a fornicação, a maldade e a cobiça. Tornei-me cada vez mais frio e agressivo à medida que perseguia, impiedosamente, a minha própria ambição egoísta”. Ele comparou a sua atitude àqueles a que se referiu o Apóstolo Paulo em Romanos 1:22: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos…”

Sentiu-se invencível e pensou que sua inteligência e sabedoria do mundo lhe dariam tudo o que quisesse, e até investigou o oculto.

Quebrantado

No entanto, em Setembro de 2016, Christopher foi colocado de joelhos.

“Como parte da minha luta, desenvolvi uma enxaqueca severa e fiquei extremamente doente – vomitando, de cama e incapaz de pensar direito devido à dor. Isto progrediu para pontos negros na minha visão e acabei no hospital”.

Por esta altura, o pai de Christopher obteve bilhetes para participar na primeira Conferência Europeia de Criação do CMI-UK/Europa, a ter lugar em Londres (participaram mil pessoas). Por respeito ao seu pai, e também por alguma curiosidade, Christopher acompanhou-o ao evento. Ele diz:

“Embora ainda lutando para me concentrar, fiquei muito impressionado, particularmente, com o [Professor] Stuart Burgess, cujo livro Hallmarks of Design, iria me impactar profundamente. Creio que isto marcou o colapso do poder que a evolução exercia na minha vida”.

“ Agora estava pronto para saber quem é Deus, algo que exigia reconhecê-Lo como Criador e aceitar o relato de Génesis, juntamente com o reconhecimento pessoal da minha impotência, fragilidade e total dependência d’Ele”.

Ele estava muito grato pela paciência e orações dos seus pais e família durante a sua travessia do deserto. Eles não foram insistentes, mas apenas confiaram no Senhor e oraram.

Christopher encontrou uma igreja que acreditava na Bíblia, começou a ler a sua Bíblia com seriedade, e foi batizado. Depois fez um ano ‘sabático’, viajando pelo mundo e visitando vários países.

“Tudo o que vi estava a transbordar de louvores ao Criador: as estrelas, os mares, as montanhas, os pássaros… Pela primeira vez, estava verdadeiramente deslumbrado com a beleza da criação”.

Como disse Jesus: “Vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. João 10:10b.

Não estou só

Muitos percorreram um caminho semelhante ao de Christopher, criados com algum conhecimento do Evangelho, mas perdendo o interesse quando expostos ao ensino evolucionista. Isto inclui alguns nomes bem conhecidos, tais como Richard Dawkins e E.O. Wilson. Este último (também conhecido como “um Darwin para os tempos modernos” e que cunhou o termo “humanismo científico”) contou que,

“Tal como muitas pessoas do Alabama, eu era um cristão nascido de novo. Quando tinha quinze anos, entrei para a Igreja Baptista do Sul, com grande fervor e interesse pela religião fundamentalista. Deixei a igreja aos dezassete anos, quando cheguei à Universidade do Alabama e ouvi falar da teoria evolucionista”2.

Preste atenção que muitos, tais como Dawkins e Wilson, não são apenas ateus passivos, mas eles trabalham ativamente para promover uma filosofia materialista e assim destruir a fé cristã naqueles que influenciam.

Wilson é professor emérito na Universidade de Harvard e perito mundial em formigas. Prosseguiu aplicando o que descobriu sobre as formigas à sociedade humana e ao comportamento humano. Cunhou o termo “sociobiologia”, que é a tentativa de explicar o comportamento humano, incluindo a moral e o altruísmo, em termos puramente darwinianos (devido aos nossos genes). O ‘pecado’ torna-se uma consequência da nossa constituição genética, das nossas origens evolutivas imaginadas, e não das nossas escolhas morais que ofendem um Deus santo.

O crescimento do ateísmo

Os inquéritos sociais sublinham o papel do ensino da evolução no crescimento do ateísmo (humanismo secular) em países outrora cristãos como o Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, e EUA. Por exemplo, a McCrindle Research descobriu que mais de metade de todos os australianos (53%) dizem que a ciência e a evolução é uma questão que bloqueia o seu interesse no cristianismo, e que 1em cada 3 (34%) diz que os bloqueiam significativamente ou completamente3. Não há nada na ciência experimental que prejudique a crença cristã; é apenas a história da evolução cósmica que faz isso.

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Os dados do censo na Austrália mostram o crescimento do ateísmo. De 1901 a 1966, menos de 3% consideravam-se “sem religião”, mas o número aumentou constantemente a partir de 1971 para mais de 30% em 2016.

O que mudou na década de 1960 que poderia explicar este aumento do ateísmo? Os departamentos estatais de educação introduziram o ensino da evolução a todos os estudantes de ciências no ensino secundário médio. Até essa altura, apenas os estudantes de biologia do ensino secundário superior recebiam o ensino da evolução, uma pequena proporção do total da população estudantil.

Padrões semelhantes podem ser vistos em outros países. Por exemplo, nos EUA:

“A evolução … mal era mencionada nos manuais escolares em 1954 … Depois de Sputnik [1957] … subitamente o estudo da evolução estava em todas as escolas”4.

Todos os tipos de estatísticas sociais (tais como crimes contra a propriedade, crimes violentos, suicídio, crianças nascidas fora do casamento) aumentou na sequência do ensino da evolução a todos os estudantes.

A experiência de expulsar Deus de um país já foi feita antes, muitas vezes. E o resultado em cada caso tem sido o mesmo; caos e sofrimento. Lemos sobre algumas destas experiências nos livros de Reis, Crónicas e Juízes, no Antigo Testamento.

Ao ler a história recente, vemos também as consequências sociais em países como o Reino Unido e os EUA, anteriormente ao “Grande Despertar” na América com os reavivamentos, começando com Jonathan Edwards nas décadas de 1730 e 1740, e nos períodos subsequentes no século XIX. O movimento também influenciou profundamente outros países com longas heranças cristãs, que também se tinham desviado “do tom”, tais como o Reino Unido (John Wesley, George Whitefield). E isto transbordou para países como Austrália e Nova Zelândia nos anos 1800, com conversões a Cristo generalizadas e implantação de igrejas. Um dos meus antepassados pastoreou uma igreja no interior de Sidney nos anos 20, onde a igreja dirigia uma Escola Dominical com 500 crianças (na sua maioria ao ar livre!).

Singapura começou mais tarde com as reuniões de reavivamento de John Sung nos anos 30, sendo que essa profunda influência continua a sentir-se ainda hoje em dia.

“Os homens esqueceram-se de Deus”

Aleksandr Solzhenitsyn disse no seu discurso, ao receber o Prémio Templeton em 1983:

“…se hoje me pedissem para formular, o mais concisamente possível, a causa principal da revolução ruinosa que tragou cerca de sessenta milhões do nosso povo, não poderia dizer com mais precisão do que repetir: os homens esqueceram-se de Deus; foi por isso que tudo isto aconteceu”.

Não surpreendentemente, o currículo escolar mandatado pelo Estado na União Soviética tinha o ensino da evolução como a ideologia central.

O ensino da evolução está agora a destruir “o Ocidente” (outrora nações fortemente cristãs). O ateu Daniel Dennett, no seu livro “Darwin’s Dangerous Idea”, descreveu a evolução como o ácido universal que “corrói completamente todos os conceitos tradicionais”. De facto, é verdade. Conforme o pensamento do tempo profundo – de acordo com a evolução - a morte, o sofrimento e a doença caracterizaram o mundo desde o seu início; deste modo, o pecado do homem não será a sua causa. Se o primeiro Adão não introduziu a morte e o sofrimento, então o significado do sofrimento e da morte do último Adão (1 Coríntios 15:21,22, 45) é minado logo aí. O Evangelho implode. Isto também põe em causa a bondade de Deus e a fiabilidade da Bíblia, e muito mais.

O ministério do criacionismo nunca foi tão importante como é hoje. Felizmente, temos muitas oportunidades de fortalecer a fé dos jovens para os ajudar a evitar serem atropelados pelo “rolo compressor da evolução”.

Obrigado pela vossa parte em ajudar-nos a fazer o que fazemos. Agradecemos o vosso encorajamento, as vossas orações, e o vosso apoio prático.

Referências

  1. Este testemunho foi retirado de, Gardner, C., Broken—and rebuilt, Prophecy Today UK, 07 May 2021; disponível em : prophecytoday.uk/comment/church-issues/item/2208-broken-and-rebuilt.html. Retornar ao texto.
  2. Wilson, E.O., The Humanist, September/October 1982, p. 40. Retornar ao texto.
  3. McCrindle Research, Faith and Belief in Australia, p. 33, May 2017. Retornar ao texto.
  4. Lewontin R., Introduction (pages xxiii–xxvi) of Scientists Confront Creationism, Godfrey, L.R. (Editor), W.W. Norton, NY, p. xxv. Retornar ao texto.